segunda-feira, 21 de novembro de 2011



Imagens do Fortim






Patrimônio Histórico de Fortim


Patrimônio Histórico

“Patrimônio Histórico refere-se a um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrim%C3%B4nio_Cultural
Com base neste conceito percebe-se que toda comunidade, cidade, estado ou país tem seu patrimônio histórico o que simboliza o local e que faz parte da sua história, do seu povo. E em Fortim não é diferente apesar dos poucos anos (17) de emancipação política, o município dispõem de patrimônios históricos, mesmo que estes nãos sejam tombados e tampouco conservados como deveriam ser.
“Observa-se que Fortim nasceu sob signo de conquista e da resistência, conquista de terras férteis e águas piscosas. Resistência do nativo frente ao colonizador português e deste em relação aos outros colonizadores que rondavam a costa brasileira: franceses, holandeses, espanhóis etc. De resistência em resistência, em 27 de março de 1992, Fortim conseguiu se emancipar de Aracati. Após algumas batalhas memoráveis, o povo fortinense conquistou o direito de mandar no seu destino, através da eleição”. Maria de Fátima Viera de Lima (Historiadora).
Fortim localiza-se a margem esquerda do Rio Jaguaribe, a 118 km da Capital cearense, possui 14.074 mil habitantes (IBGE 2007).
Vamos para os Patrimônios Históricos de Fortim.
Pedra do Chapéu - Fortim do Forte de São Lourenço
Pedra do Chapéu
 
Segundo o pesquisador Raimundo Batista Aragão, em julho de 1603, composto o exército na forma de recrutamento proposta por Pero Coelho deslocam-se da Paraíba dois contingentes, um que seguiria por terra vinculado ao costeamento do mar, e outro que nas embarcações deveriam aguardar os companheiros no rio Ceará.
            Em 10 de agosto de 1603, as tropas da terra atingiram o Ceará, num local até então desconhecido e situado junto à orla marítima. Trata-se do Fortim, próximo ao Aracati, onde se deu neste local o primeiro acampamento em termos de demora, visto que havia terras férteis, o rio detinha aparência de periodicidade, o que pela escassez de alimentos prevista para o restante da jornada, seria uma constante nos destinos da expedição.    
            O Forte, obra rudimentar e compatível coma urgência do tempo e os recursos da época, teve como estrutura o madeirame nativo, notadamente o mangue que era abundante na região, servindo apenas para abrigar precariamente o peregrino exercito de Pero Coelho. Depois da construção surgiu o problema da denominação, porém, a falta de criatividade podendo ser aliado a religiosidade do português, surgiu na inspiração hagiográfica o nome de São Lourenço, santo do dia, o que muito bem ajustou às carências do momento. Nasceu então, o Forte de São Lourenço, início da história de Fortim.
            De acordo com Batista Aragão o Forte de São Lourenço, erguido em Fortim foi o primeiro forte construído às margens do Rio Jaguaribe no território do Ceará, depois vieram outras construções de pedra e cal, um dos quais foi edificado na Pedra do Chapéu.
            A Pedra do Chapéu tornou-se uma propriedade particular, estando apossada pelo empresário Clóvis Rolim (Casa Pio).

Um platô onde se visualizam a margem, a foz do Rio Jaguaribe e a beleza do conjunto das águas, dunas, vegetação e falésias brancas ao longo do rio. Ambiente propício para a prática de mergulho, atividades náuticas e pesca desportiva racional.

 
            Construído em 1873 com material oriundo do município de Aracati. Inicialmente, era composta por uma torre que lembrava um castelo, rodeada por uma varanda, uma iluminaria e um salão. Hoje, situa-se em um banco de areia, aproximadamente a 2 km da margem esquerda do rio, e não apresenta mais todos os aspectos arquitetônicos da época de sua construção.
            A sua utilização atualmente não se faz tão necessária, segundo os pescadores, eles se baseiam pela iluminação e posição doa aerogeradores da Usina Eólica situada em Canoa Quebra e Cumbe na cidade de Aracati.
Fortim – Porto do “Fortinho”
A penetração para o interior sempre seguindo o curso dos rios. E foi seguindo o curso dos rios que alguns criadores de gado provindos de Pernambuco, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte vieram para o Ceará fugindo da guerra holandesa. Até então, somente alguns fazendeiros tinham se estabelecido às margens do Rio Jaguaribe.
Digamos que tudo tenha começado com o Forte de São Lourenço por Pero coelho de Sousa, em 1603, como em desvendando o município. Com efeito, o Fortim foi o núcleo da pequena povoação que ali se organizava a 9 km da costa.
Estas pessoas que vinham para o Ceará, vinham com o único objetivo de se estabelecerem em terras aptas à criação do gado e à lavoura, eles se depararam com terras bastante férteis banhadas por um rio, a que os nativos chamaram de Jaguaribe (Rio das Onças). Foi por esse rio que os colonizadores se espalharam pelos sertões e a população veio e foi se fixando às suas margens. A partir deste ir e vir de gente que se formou o povoado de São José do Porto dos Barcos (Aracati), este se construía apenas de algumas dezenas de casas espalhadas à beira do rio.
Com a criação do povoado, a população foi aumentando (estrangeiros, colonos portugueses, pernambucanos e paraibanos eram atraídos pela riqueza). As famílias mais antigas de Aracati são descendentes destes pioneiros da colonização.

Porto do Fortinho
 
O Rio Jaguaribe servia de estrada para os comboios que iam e vinham abarrotados de mercadorias, inclusive de charque. São José do Porto dos Barcos foi o primeiro lugar do Brasil a fabricar charque (carne seca ou carne do Ceará), havia várias fábricas.
Como consequência do seu constante progresso e a grande importância do seu comércio, o povoado foi elevado à vila por alvará de João V, em 11 de abril de 1747, sendo portanto a 4ª vila a ser criada no Ceará. Porém somente em 10 de fevereiro de 1748 é que foi instalada, e mesmo assim, arrancou protestos dos aracatienses por que o Ouvidor Geral Sr. Manoel José de Farias negou-se a dar mais do que meia légua quadrada, incluindo terrenos inúteis. A questão só foi resolvida em 1793 por provisão régia de D. Maria, rainha de Portugal.
Este problema de terra não chegou a abalar o comércio da Vila, que passou a se chamar Vila de Santa Cruz do Porto dos Barcos do Jaguaribe. A partir da elevação à vila, Aracati iniciou uma faze de grande prosperidade onde seu comércio deu um grande salto: as fábricas de charque multiplicaram-se e a sua exploração chegou ao auge. Com o passar do tempo, a Vila de Santa Cruz tornou-se o maior empório comercial da Capitania. Todos os dias, mais e mais comerciantes e fazendeiros mudavam-se para lá.
A vila era a metrópole mais importante e mais populosa, estando acima da própria capital e em 1829, foi proposta a mudança da Capital da Província para lá, o que não foi aceito, pois já em Fortaleza estava sendo construído um porto e a estrada de ferro Baturité. Isto desviou grande pare do comercio do seu porto (Fortim – este foi o primeiro porto do Ceará) para o porto de Fortaleza.
A situação piorou ainda mais quando outra parte dos eu comercio foi desviada para o porto de Mossoró. Isto foi um grande baque nos negócios aracatienses e mesmo quando a vila foi elevada à cidade ela lei provincial nº 244, em 25 de outubro de 1842, o comércio não conseguiu retomar sua força anterior e começou sua decaída. As secas periódicas dizimavam o gado e a lavoura, consequentemente as fábricas de charque começaram a fechar suas portas.
Atualmente o local onde funcionava o Porto do “Fortinho” pertence a um empresário de Fortalece que construiu uma casa de veraneio na sede do município.
Igreja Nossa Senhora do Amparo
Iniciada a construção em 1906 e concluída em 1913, por um casal de alemão senhor Joaquim Lamaia e sua esposa Violeta Lamaia, que edificaram sua morada em Fortim por um longo tempo.

Sentindo necessidade de água potável o distrito de Fortim, pois tinham que ir buscar água na Barra ou no Cajueiro, locais distantes. A senhora Violeta Lamaia fez uma promessa com a santa de sua devoção “Nossa Senhora do Amparo” intercedendo as graças de que não mais faltasse água no Fortim, que ela, juntamente com seu esposo construiria uma capela em frente ao Rio Jaguaribe. Foi então que recebeu essa graça e reuniu os antigos moradores para se engajarem nessa luta. Todos concordaram e conseguiram realizar essa construção.
Igreja Nossa Senhora do Amparo no Século Passado
 
A comunidade ajudou a carregar pedras e desembarcar o material que vinha de barco de Portugal e outros estados do Brasil. Contam os antigos moradores que o sino veio de Portugal, amadeira do Paraná, a telha veio de Marcela, na França os outros materiais não lembravam. Contaram ainda que as paredes eram construídas com farinha de trigo e óleo de baleia. O altar é o mesmo de hoje, na estrutura foram abertas portas laterais. As telhas não são as mesmas de antes, após a reforma, a Igreja ficou mais baixa e toda modificada. Nessa época os homens e as mulheres assistiam a missa em acentos separados. A sua torre era de madeira e foi derrubada entre 1965 e 1966. Atrás da Igreja existia um cemitério, onde hoje se encontra a Praça São Pedro.



Bibliografia
Livros
Brígido, João - Ceará (Homens e Fatos)
Leite, Rogaciano Filho – A História do Ceará passa por esta Rua.
Vieira, Maria de Fátima – Resumo da História do Fortim (apostila)
Sites

Fotos
Álbum do Jaguaribe
Acervo da Prefeitura Municipal de Fortim
Arquivos pessoais